Um Deus que se faz homem! É surpreendente. Um Deus que, em Cristo, vê e se deixa ver, ouve e se deixa ouvir, toca e se deixa tocar; que se rebaixa à condição humana e se utiliza dos sentidos para fazer-nos entender a chamada à intimidade do seu amor, à santidade. O assombro perante a Encarnação do Verbo move-nos a contemplar com veneração as ações, os gestos e as palavras de Jesus. Quando fazemos assim, descobrimos que tudo na vida de Cristo, do seu nascimento até a morte na Cruz, está repleto de humildade, porque existindo na condição de Deus, não se apegou à sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo tomando a forma de servo, feito semelhante aos homens, e sendo reconhecido por condição como homem. Humilhou-se a si mesmo, feito obediente até a morte, e morte de Cruz.
Santo Agostinho afirma: «Se me perguntais o que é mais essencial na religião e na disciplina de Jesus Cristo responderei que o primeiro é a humildade, o segundo a humildade, e o terceiro a humildade»[4]. A humildade do Verbo encarnado, além de mostrar a profundidade do amor de Deus por nós, ensina-nos o caminho real que nos conduz à plenitude desse amor.
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